sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Movimentos Sociais e Estudantes saem às ruas de Montes Claros


O Povo brasileiro tem que se organizar e ocupar as ruas, denunciando as atrocidades da classe dominante que explora há mais de 500 anos o povo desta terra!



No dia 10 de fevereiro de 2010, cerca de 250 trabalhadores rurais ligados a Via Campesina, e estudantes universitários de diversos lugares do Brasil, ligados a diversas entidades estudantis e que realizam estágios em áreas de assentamentos rurais da região Norte de Minas e dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (Estágio Interdisciplinar de Vivência de Minas Gerais – EIV), iniciaram uma passeata no centro da cidade de Montes Claros/MG, para protestar contra a destruição do Meio Ambiente e a Criminalização dos Movimentos Sociais; e em apoio à Reforma Agrária e a uma política voltada à produção sustentável e a soberania alimentar.

Esse ato também tem o objetivo de se solidarizar com a população Montesclarense, denunciando o caos do transporte coletivo urbano e o descaso da prefeitura e das empresas de ônibus para com a população.

O Ato se iniciou as 9h em frente à Sociedade Rural de Montes Claros, irá passar pela CODEVASF e finaliza-se na praça Dr. Carlos (Centro da Cidade).

Sabemos que hoje existem dois modelos de agricultura em disputa: um que vem a favor da humanidade, da agricultura camponesa, destinado a produção de alimentos, respeitando o meio ambiente e as pessoas nele envolvidas e outro contra a humanidade, que é o do agronegócio, que visa apenas o lucro da produção de riquezas para as transnacionais e os grandes latifundiários que desrespeitam o meio ambiente, a diversidade e a cultura.

Por isso saímos em defesa da Mata seca. A defesa da Mata seca vem no sentido de preservar esse bioma específico da região do Norte de Minas, pela lei n° 6.660. Essa legislação sobre a mata seca possui várias concessões para os camponeses e não visa afetar a sua produção de alimentos. O prejuízo somente vem para os latifundiários, produtores de carvão que desmatam este bioma e não querem que aumente a área de preservação em seus latifúndios.

Denunciamos o papel exercido pela CODEVASF na destruição do meio ambiente e na disseminação da pobreza no campo. A CODEVASF é uma empresa estatal que executa políticas públicas para o desenvolvimento do semi-árido. Trabalha na mesma lógica de trazer benefícios para o grande capital, construindo barragens e canais de irrigação. A CODEVASF também é responsável pela transposição do Rio São Francisco e pela implantação de milhares de hectares de monocultivo do eucalipto. Estes projetos expulsam o agricultor do campo, que sofre com a falta de políticas públicas para manter o trabalhador no campo.

Somos contra a criminalização dos Movimentos Sociais. Desde sempre o povo brasileiro sofre com a exploração da classe dominante. ROUBAM NOSSO direito à moradia, à produção de alimentos saudáveis, à saúde e à educação. Além disso, tentam sempre nos calar, impedem de nos organizarmos. Há tempos, um dos movimentos que encampa uma luta para diminuir a vergonhosa dívida social da Reforma Agrária, o MST, vem sofrendo com a brutal criminalização. Por trás disso, estão os interesses das grandes empresas transnacionais, como a Syngenta e a Aracruz (atual Fibria), que são defendidos pelo Estado brasileiro, e que hoje concentram mais de 70% das terras brasileiras.

O ataque ao MST extrapola a luta pela reforma agrária. É um verdadeiro ataque contra os avanços democráticos, conquistados na constituição de 1988. Queremos manifestar e mostrar que caminhamos juntos ao MST e a todos os movimentos sociais e entidades que colocam seus esforços pela luta da reforma agrária, por justiça social e soberania alimentar. SOMOS TODOS SEM TERRA!

Somos solidários à população montesclarense quanto à situação de caos no transporte coletivo. Com a implantação do projeto de transporte público “Integração Temporal no Transporte Coletivo Urbano”, a sociedade de Montes Claros vem enfrentando dificuldades de utilizar os ônibus urbanos. O processo de licitação tinha o discurso de que haveria uma melhoria na qualidade dos serviços, possuindo quatro principais objetivos:

A modernização da frota de ônibus: O Ministério Público denunciou que a planilha entregue à prefeitura configura um superfaturamento por parte das empresas ALPRINO e TRANSMOC.

Criação de linhas para regiões antes não atendidas: A população está revoltada devido à diminuição das lotações e a mudança de itinerário que não corresponde às reais necessidades.

O projeto prometia a diminuição dos gastos da população: Com a redução e os atrasos é impossível pegar outro ônibus antes de completar os 30min

Redução dos tempos de viagem e de espera: a população usuária vem convivendo com atrasos de mais de duas horas e se revoltando com isso, chegando até a tombar um ônibus.

A “Integração” mostra um grande desprezo com a população de Montes Claros. As medidas adotadas pela Prefeitura privilegiam os lucros das empresas ao invés de garantir as melhorias para a população da cidade. Além disso, existe uma lei municipal que garante o meio-passe e não está sendo cumprida. Em 2009, quando os estudantes se manifestaram para lutar por seus direitos a resposta que tiveram foi o aumento da passagem de R$ 1,55 para R$ 1,90.

Nenhum comentário:

Postar um comentário