quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Paz, terra e pão


As ocupações são a única alternativa deixada pelo Estado e pelas grandes empresas para as famílias desesperadas, pela miséria e pela fome,reivindicarem o cumprimento da função social da terra e divulgarem para a opinião pública estas injustiças.

Pois é, os mensaleiros de Brasília, governador e deputados, filmados guardando dinheiro na bolsa e na meia, estão livres, leves e soltos. Já osmilitantes do MST que se mobilizam pela reforma agrária e lutam para melhorar a vida de todos os brasileiros, estão presos.

Para melhorar a qualidade de vida de seus povos, todos os países dedimensões continentais já fizeram a reforma agrária, menos o Brasil. E não épor acaso. Cerca de 50% do território brasileiro está na mão de 1% defazendeiros. São os latifundiários, os mesmos que barram a reforma agrária.Eles são poucos, mas são poderosos, têm influência no Executivo, Judiciário,parlamento e principalmente na mídia. Praticam a monocultura voltada para aexportação.

Já a reforma agrária é constitucional, tem uma função socialpreponderante, de interesse de toda a sociedade. Os latifundiários abriramguerra ao MST porque se sentem ameaçados. Eles não resistem a um debate coma sociedade que com certeza não iria defendê-los. Ninguém vai apoiar olatifúndio e a monocultura, que com muito pouco retorno à sociedade, sãofinanciados pelo estado a fundo perdido e são propriedades de poucos.


O problema é que os sem-terra são pobres e, portanto sem direitos. Sãojulgados diariamente e condenados na TV no horário nobre na sala de nossascasas, sem direito à defesa. Agora utilizam a ação da Cutrale para endurecercom o MST. Essa fazenda está em área da União e a empresa é acusada deformação de cartel. Por conta das irregularidades, em janeiro de 2006, apolícia federal realizou uma devassa na empresa na operação chamada deFanta. E por que essa notícia não aparece na grande mídia?

Os poderosos do campo se prevalecem da omissão da sociedade. Como diziaMartin Luther King: “o que me preocupa não é o barulho dos violentos, e sim,o silêncio dos justos”.

Por Emanuel Cancella, diretor do Sindipetro-RJ

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