
ABRIL VERMELHO EM JUIZ DE FORA
Pará, 17 de abril de 1996. Após diversos apelos sobre a necessidade de uma urgente reforma agrária, cerca de 1.500 pessoas partem, em marcha, de Marabá a Belém. No trajeto, decidem fechar a rodovia federal pela qual transitavam. Prontamente a polícia chega ao local e um acordo se estabelece: os manifestantes liberariam a via assim que ônibus chegassem e os levassem a Belém.
De um acordo pacífico, pouco tempo depois passaríamos a uma catástrofe. Cerca de 200 policiais, armados e sem identificação, chegariam dos dois lados da rodovia e encurralariam os manifestantes. Em meio a bombas de gás lacrimogêneo, tiros certeiros e uma ação bem coordenada – que visava matar os líderes do movimento –, os militantes defenderam-se como puderam. O resultado não poderia ser diferente: 19 mortos, aos quais, dias depois, somar-se-iam mais três mortos, feridos em combate.
Este triste episódio ficou conhecido como o Massacre de Eldorado dos Carajás.
Em que pese todas mortes (algo sem preço), a repercussão nacional e internacional levou à desapropriação da fazenda da Macaxeira (hoje assentamento-modelo do MST e reivindicação da época), e deu surgimento ao dia internacional da luta pela Reforma Agrária e expôs a latente e aberta cicatriz da situação desigual no campo.
Para denunciar a desigualdade do campo e não esquecer de sua história, o MST, todo mês de Abril, intensifica suas ações, ocupando terras improdutivas na Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária realizada em memória aos companheiros mortos no massacre.
Mas, quem é o MST? Um dos maiores movimentos sociais do mundo, reunindo trabalhadores e trabalhadoras rurais que não possuem acesso à terra. Assim, prezando pela soberania nacional, pelo patrimônio coletivo e pela sanidade ambiental, o MST defende o acesso à terra de tod@s aqueles que nela trabalham, procurando estabelecer um uso social e mais racional desta – uso, este, que deve atender, primordialmente, à soberania alimentar.
Diante de tudo isso, os trabalhadores e trabalhadoras rurais do MST e de outros movimentos sociais optamos por não se calar. Nós dos Movimentos Populares comprometidos com o Projeto Popular para o Brasil, tomam como agenda intensiva de LUTA o mês de abril, considerado por nós o
Abril Vermelho.
Cientes da importância da chegada definitiva do MST em nossa região, nosso abril começa com uma atividade no calçadão, para dialogarmos com a sociedade sobre os 25 anos do MST, suas ações na região e discutirmos a criminalização dos Movimentos Sociais.
Assim, convidamos a todos os amigos e amigas do MST a estarem presentes.
DIA: Sábado, 17 de abril de 2010.
HORA: 10h da manhã.
LOCAL: em Frente ao Banco do Brasil, centro, Juiz de Fora.
Seu apoio é fundamental para a transformação social popular!!!Construtores: Sind-UTE, SINPRO, Cáritas, Sind-metal, Sind-texteis, Sindicato dos Bancários, APESJF, DCE, MST, Via Campesina,Assembléia Popular, Comitê Central Popular, Sindicato dos Correios,CUT, Oposição Cutista, SINSERPU, Unibairros.
Foto da atividade: